Conhece os incríveis Juros Compostos: É possível em Portugal?
Mas o que são os juros?
Se tem um empréstimo para habitação, crédito automóvel ou um depósito a prazo no seu banco, já estará familiarizado com o conceito de juro. Em termos simples, juros são custo associado ao dinheiro, relativos a uma compensação cobrada pelo empréstimo de uma determinada quantia, expressa em percentagem do valor emprestado.
O entendimento do conceito de juro é fundamental antes de contrair um empréstimo ou subscrever qualquer instrumento de poupança e investimento. Este faz parte das condições do “acordo” entre o credor (quem empresta) e o mutuário (quem toma emprestado), juntamente com o prazo ou vencimento do empréstimo.
Num empréstimo bancário, por exemplo, na compra de casa, carro, ou outra finalidade, o juro representa o custo cobrado pela instituição financeira pela cedência desse montante. Este valor deve ser pago regularmente ao longo do empréstimo, juntamente com o capital em dívida.
No caso de um instrumento de poupança e investimento, como um depósito a prazo, é o cliente que está, na prática, a “emprestar” dinheiro ao banco, tendo direito a receber juros, ou seja, um rendimento desse empréstimo.
Aqui entra um ponto crucial que pode fazer toda a diferença no resultado dos seus investimentos: para além dos juros simples, com os quais estamos mais familiarizados, existem os chamados juros compostos. Estes funcionam como um multiplicador do investimento, garantindo ganhos adicionais que aumentam ao longo do tempo.
Resumindo, isto significa que o retorno dos seus investimentos pode crescer progressivamente, mesmo sem contribuições adicionais de capital, graças à natureza multiplicadora dos juros compostos. Ao compreender e aproveitar este fenómeno, pode otimizar significativamente o potencial de crescimento dos seus investimentos ao longo do tempo.
O que são os juros compostos?
O termo ‘Ponha o Seu Dinheiro a Trabalhar para Si’ é um termo que a longo prazo acaba por definir o poder dos juros compostos. Este termo foi inicialmente destacado no livro “Pai Rico, Pai Pobre”, escrito por Robert Kiyosaki. Warren Buffet disse ainda que os juros compostos são a 8.ª maravilha do mundo.
Embora não possamos afirmar com certeza que estas são as palavras exatas do ilustre mestre da teoria da relatividade, é inegável o efeito exponencial dos juros compostos. Em termos simples, trata-se de juros sobre juros, onde o rendimento obtido num determinado período é somado ao capital investido. Este aumento do “bolo” sobre o qual incide o juro resulta num retorno superior que cresce ao longo do tempo.
A essência dos juros compostos reside no reinvestimento contínuo dos juros ou mais-valias gerados num determinado investimento, também conhecido como capitalização dos juros.
Imaginemos um depósito a prazo de 5 anos com pagamento anual de juros. A diferença está em receber anualmente o juro na conta à ordem ou reinvestir esse juro, acumulando-o ao capital inicial. Desta forma, o capital inicial vai gerando juros cada vez maiores ao longo do tempo.
Neste contexto, o dinheiro atua como um multiplicador, onde os juros geram novos juros, aumentando progressivamente com o tempo. Isso contrasta com os juros simples, que incidem sempre sobre o capital inicial investido.
A paciência revela-se como a maior aliada dos juros compostos, uma vez que quanto mais longa for a duração do investimento, maior será o crescimento do retorno. Escolhas informadas e uma mentalidade de longo prazo são pontos fundamentais para o sucesso dos seus investimentos.
Qual a diferença entre juros ‘simples’ e juros compostos?
Para perceber a diferença entre juros simples e juros compostos, nada melhor do que fazer umas contas simples que ilustrem bem o poder da capitalização de juros na multiplicação dos rendimentos.
Vamos a um exemplo prático:
Num depósito a prazo de 10 anos, com pagamentos anuais, consideremos um capital inicial de 2 mil euros e uma taxa de juros de 10%. Com uma taxa de juro simples, esse depósito gera € 209 no final de cada ano, resultando num retorno total de 2 090 euros ao final dos 10 anos.
Já quando se trata de juros compostos as coisas são um pouco diferentes. No final do primeiro ano, os 209 euros são adicionados ao capital inicial, significando que, no segundo ano, a taxa de juro irá incidir sobre € 2 209 euros e não sobre os € 2 000 iniciais. Assim, nesse segundo ano, o retorno já será de 231 euros, que serão novamente somados ao montante total do investimento. E este processo continua de forma sucessiva ao longo de todo o período de duração do depósito.
Vejamos a diferença:
Juros simples:
No caso, 2 000 x 0,10 = € 209
Assim, temos um valor de juros sempre sob o mesmo capital, onde se recebe obtém um valor de juros fixo de 10%.
Juros compostos:
No caso dos juros compostos, a taxa também se mantém inalterada, mas o capital sobre o qual incide essa taxa vai aumentando ao longo dos anos, uma vez que é reforçado com os rendimentos obtidos em cada período.
Usemos uma tabela para simplificar:
Ano | Valor a Gerar Juros | Juros Periódicos | Total de Juros | Balanço Total |
1 | 2000,00 € | 209,43 € | 209,43 € | 2209,43 € |
2 | 2209,43 € | 231,36 € | 440,78 € | 2440,78 € |
3 | 2440,78 € | 255,58 € | 696,36 € | 2696,36 € |
4 | 2696,36 € | 282,34 € | 978,71 € | 2978,71 € |
5 | 2978,71 € | 311,91 € | 1290,62 € | 3290,62 € |
6 | 3290,62 € | 344,57 € | 1635,19 € | 3635,19 € |
7 | 3635,19 € | 380,65 € | 2015,84 € | 4015,84 € |
8 | 4015,84 € | 420,51 € | 2436,35 € | 4436,35 € |
9 | 4436,35 € | 464,54 € | 2900,90 € | 4900,90 € |
10 | 4900,90 € | 513,19 € | 3414,08 € | 5414,08 € |
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Com os juros compostos, o cliente terá no final dos 10 anos um total de €3 414,08 euros ganhos em juro, ou seja, mais € 1 324 euros face ao que obteria num regime de juros simples.
Quais são as opções em Portugal disponíveis com juros compostos?
Instrumentos como certificados de aforro, PPR, investimentos P2p ou ainda ETF são escolhas para quem procura beneficiar do efeito multiplicador associado aos juros compostos. No entanto, é importante salientar que nem todos permitem aproveitar automaticamente desse regime.
Em Portugal, o mais conhecido são os certificados de aforro, que trazem esta vantagem na sua composição.
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