PPR Golden SGF ETF vs S&P500 em 2025
Os Planos Poupança Reforma (PPR) representam uma ferramenta financeira altamente valiosa e proveitosa para aqueles que procuram forma de fazer o seu dinheiro crescer a longo prazo, ao mesmo tempo que desfrutam de vantagens fiscais.
Embora sejam uma ferramenta para a reforma, os PPRs também podem funcionar como um investimento lucrativo. Mas será que faz sentido subscrever PPR em 2025 em Portugal? Vamos lá falar sobre o assunto.
Características dos Planos Poupança Reforma
Os incentivos fiscais ligados são um dos principais motivos para optar por este tipo de investimento. Durante a subscrição, as contribuições feitas para os PPR podem resultar em deduções no IRS que podem chegar até 400 € por ano, dependendo da idade do contribuinte.
- Menos de 35 anos: Deduzir até 400 € ao investir pelo menos 2.000 €.
- Entre 35 e 50 anos: Deduzir até 350 € ao investir pelo menos 1.750 €.
- Mais de 50 anos: Deduzir até 300 € ao investir pelo menos 1.500 €.
Outro aspeto importante é que ao resgatar um PPR, a tributação é mais vantajosa em comparação com outros produtos de poupança convencionais. A taxa de IRS aplicada no resgate pode ser reduzida a 8%, dependendo das circunstâncias em que ocorre o resgate.
Para desfrutar deste benefício fiscal, é fundamental manter o investimento por pelo menos 5 anos e, em alguns casos, até a idade da reforma. Esta abordagem fiscal favorável torna-os uma escolha atraente para quem busca uma modalidade de investimento com impacto fiscal reduzido no futuro.
Analisando os resultados nos últimos anos, temos diversos com ganhos positivos. Para este artigo, vamos utilizar o PPR que mais me desperta interesse enquanto investidor, o PPR Golden SGF ETF, que investe maior parte do seu capital em ETFs mundiais.
PPR em Análise: PPR Golden SGF ETF
Existem diversas opções disponíveis no mercado, pelo que para mim faz sentido escolher um com o qual me identifique. Falo do PPR Golden SGF ETF, focado em índices mundiais, estando exposto às maiores empresas mundiais, e ainda a Obrigações e Certificados de Aforro.
Assim, a disposição do PPR, está dividida da seguinte forma:
- Obrigações (22,5%)
- 7,5% Bloomberg Barclays Euro Government Inflation Linked Bond (iShares EUR Inflation Linked Government Bond UCITS ETF IBCI GY)
- 7,5% Markit iBoxx EUR Liquid High Yield iShares EUR High Yield Corporate Bond UCITS ETF IHYG LN)
- 7,5% Bloomberg Barclays EM Local Currency Liquid Government (SPDR Bloomberg Barclays Emerging Markets Local Bond UCITS ETF SPFA GY)
- ETFs (75%)
- 64% MSCI World (iShares Core MSCI World UCITS ETF EUNL GY)
- 11% MSCI Emerging Markets IMI (iShares Core MSCI Emerging Markets IMI UCITS ETF IS3N GY)
- Monetário (2,5%)
- 2,5% Euribor a 1 Mês
Este PPR tem um risco de 4 numa escala de 1 a 7, o que o coloca num patamar intermédio, sendo mais arriscado do que PPRs tradicionais baseados exclusivamente em obrigações ou depósitos a prazo.
Outras Opções: Investir no S&P500
Os ETFs são instrumentos que replicam um índice específico, como o S&P 500, e têm apresentado históricos de retorno atrativos. Nos últimos 10 anos, o ETF do S&P 500 teve um crescimento médio anual de 11,3% nos últimos 30 anos.
Qual o valor dos Impostos sobre o S&P500 e os PPRs?
Quais os benefícios fiscais dos ETFs?
Existem dois tipos de ETFs, os distributivos e os acumulativos. No caso dos distributivos são distribuídos dividendos aos investidores, que neste caso nos obriga a declarar estes recebimentos todos os anos no IRS, e posteriormente pagar os 28% de impostos sobre mais-valias.
Por outro lado, ao optar pelos acumulativos, só temos de pagar impostos quando vendemos, o que acaba por trazer benefícios fiscais.
Em 2024, foi aplicada uma lei que permite obter benefícios fiscais nos ativos de longo-prazo (como ETFs, REITS, Ações), ficando da seguinte forma.
- Até 2 anos: 28%
- Entre 2 e 5 anos: 25,2%
- Entre 5 e 8 anos: 22,4%
- Mais de 8 anos: 19,6%
Outro ponto é que estes ETFs costumam ter uma gestão mais “barata” do que os PPR, onde as Comissões de Gestão podem rondar os 1%. No caso específico do ETF, iShares Core S&P 500 UCITS ETF, o custo de gestão é de apenas 0,25%.
Quais os benefícios fiscais dos PPRs?
Da mesma forma que foram aprovados os benefícios Fiscais para os ETFs e outros tipos de investimento, os próprios PPRs também têm benefícios fiscais, sendo possível evitar a tributação dos 28%.
Vamos ao exemplo que acredito que mais tenham interesse em saber, o de longevidade. Em caso de manter um PPR por mais de oito anos, apenas vai descontar 8,6% para o estado, ao invés do valor normal. Deixo uma lista com benefícios por anos de subscrição.
- Até aos 5 anos: 21,5%
- Entre 5 e 8 anos: 17,2%
- Mais de 8 anos: 8,6%
Em diversas outras exceções também pode obter a taxa de 8,6%, como, por exemplo:
- A partir de 8 anos após a subscrição (como mencionado);
- Se tiver 60 anos ou mais;
- Em caso de reforma por velhice;
- Se utilizar o dinheiro para pagar as prestações do crédito à habitação, mas não para amortizá-lo antecipadamente.
PPR Golden SGF ETF vs S&P 500: Qual o melhor?
Ganhos passados não representam ganhos futuros, no entanto, acaba por ser a única forma que temos de ter algum modo de comparação.
O PPR Golden SGF ETF tem um histórico recente, o que limita a análise, mas podemos estimar uma rentabilidade cerca de 30% abaixo do S&P 500. Isto porque 55-60% do seu portefólio está exposto às maiores empresas dos EUA como o S&P500.
Com base nesses valores, assumimos um ganho médio do S&P 500 de 11,3% ao ano nos últimos 30 anos, o que se traduz numa rentabilidade estimada de 7,9% ao ano para o PPR.
Agora, quanto teríamos ao fim de 30 anos investindo 100€ por mês (total de 36.000€)?
Investimento | Taxa anual média | Montante bruto | Imposto | Montante líquido |
PPR Golden SGF ETF | 7,9% | 138.237,71€ | 8,6% | 126.349,27€ |
S&P 500 ETF | 11,3% | 265.837,46€ | 19,6% | 213.733,31€ |
Mesmo com uma tributação mais favorável, o PPR Golden SGF ETF não consegue competir com o S&P 500 em termos de rendimento líquido. Os benefícios fiscais no IRS são um ponto positivo, mas não chegam para compensar a diferença na valorização do capital.
Ainda assim, este é apenas um artigo de exemplo, e nada garante que os resultados dos próximos 30 anos, se mantenham iguais aos últimos 30. Isto acaba por ser mais um exemplo ilustrativo que espero que ajude na pesquisa de quem procura saber mais sobre investir em PPRs ou diretamente no S&P500 através de uma corretora.
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No final, os PPRs podem ser uma escolha fiscalmente vantajosa, mas para quem pretende maximizar ganhos a longo prazo, o S&P 500 continua a ser uma opção mais rentável. A decisão final deve ter em conta o perfil de risco e os objetivos financeiros de cada investidor.
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