Vale a pena investir em Certificados de Aforro em 2025?

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Vale a pena investir em Certificados de Aforro em 2025?

Os Certificados de Aforro tem tido diversas fases ao longo dos anos, e na altura em que se começou a falar do aumento das taxas de juros, eis que a corrida a estes intrumentos voltou a aumentar.

Após o seu grande crescimento de subscrições em finais de 2022 e início de 2023, foi anunciado em maio de 2023 pelo Ministro das Finanças que os Certificados de Aforro iriam sofrer alterações devido à crescente procura por estes títulos, especialmente nos primeiros três meses deste ano. O limite de emissão de dívida para estes títulos aumentou de 7 para 16,5 milhões de euros.

A série F foi lançada em subscrição a partir de 5 de junho, apresentando um rendimento mais baixo, um prazo máximo mais longo e prémios de permanência inferiores. As séries anteriores, incluindo a série E, mantêm as condições remuneratórias para quem já as possui, mas não é possível fazer novas subscrições dessas séries. Portanto, se já possui as séries anteriores, é aconselhável mantê-las.

Vários gestores de bancos já tinham solicitado o fim da série E devido à remuneração de 3,5% bruta, e o Estado atendeu ao pedido. De facto, os Certificados de Aforro eram o maior concorrente dos depósitos bancários, cujas taxas continuam muito baixas, especialmente nos maiores bancos, estando mesmo próximas de zero, e mesmo zero em alguns casos.

Mas no fim de contas, será que ainda compensa subscrever aos Certificados de Aforro em 2025? Vamos por parter.

Descida da taxa base máxima de 3,5% para 2,5%

A taxa base referente à série F é determinada mensalmente, no antepenúltimo dia útil do mês, para ser aplicada no mês seguinte, seguindo a mesma metodologia da série anterior. Esta taxa base é calculada como a média dos valores da Euribor a três meses observados nos últimos 10 dias úteis, com o resultado arredondado à terceira casa decimal. A sua variação é limitada entre 0% e 2,5%. A taxa base no lançamento da nova série F é fixada em 2,5%.

Uma das principais alterações em relação à série anterior reside no método de cálculo da taxa base. Anteriormente, esta era determinada pela média da Euribor a três meses acrescida de 1%, com limites entre zero e 3,5%. Agora, a taxa base máxima foi reduzida de 3,5% para 2,5%.

Adicionalmente, a nova série permite a aplicação da poupança por um período mais alargado, de 15 anos, e prevê uma remuneração crescente ao longo do tempo, através de um prémio de permanência. Na série anterior, o prazo máximo era de 10 anos.

Prémios encolhem para metade nos primeiros 9 anos

A atribuição de prémios por permanência inicia-se com 0,25% entre o segundo e o quinto ano, aumentando progressivamente até atingir um acréscimo de 1,75% à taxa base nos últimos dois anos do prazo máximo de subscrição. Esta representa uma alteração significativa face à série anterior, que apenas contemplava dois prémios distintos: 0,5% do segundo ao quinto ano e 1% do sexto ao décimo ano. Assim, nos primeiros nove anos de aplicação, os prémios de permanência da série F são precisamente metade dos da série E.

Na nova série F dos Certificados de Aforro, a partir do 12º ano, os prémios de permanência tornam-se mais atrativos, ultrapassando os 1,5%, que se somam à taxa base. No entanto, é necessário esperar 12 anos para os obter.

Fica abaixo uma tabela:

Anos de SubscroçãoPrémio de Permanência
 2º ao 5º 0,25%
 6º ao 9º 0,50%
 10º e 11º 1%
 12º e 13º 1,50%
 14º e 15º 1,75%

Certificados de Aforro continuam uma boa opção em 2025? Ou devemos mudar para depósitos a prazo nos bancos?

Supondo que esta nova série dos Certificados de Aforro rende à taxa máxima todos os anos (2,5% bruta), nos próximos 15 anos, uma hipótese meramente teórica, e considerando os respetivos prémios de permanência, proporcionaria uma TAEL de 2,4% (e uma TAEL de 2,1% a 10 anos), inferior aos 3,1% de TAEL que a série E proporcionava supondo que a taxa base máxima se mantinha durante os 10 anos da série.

Ou seja, a nova série é sempre menos rentável do que a anterior, disso não há dúvidas.

Uma Obrigação do Tesouro a 14 anos apresenta, à cotação atual, uma yield de 2,3%. Ou seja, o rendimento da nova série dos Certificados de Aforro é semelhante ao de uma OT para o mesmo prazo.

Relacionado: Tabela Certificados de Aforro – Série E: Informações Importantes para os Investidores

Relacionado: Tabela Certificados de Aforro – Série F: Informações Importantes para os Investidores

Se olharmos para outras alternativas do mercado, mais próximas dos aforradores, nomeadamente os depósitos a prazo (naturalmente para períodos mais curtos, um ou dois anos), a maior parte dos bancos já proporciona taxas mais altas do que os atuais Certificados de Aforro a curto prazo. Existem bancos como o OpenBank, ActivoBank ou ainda o Banco BNI a oferecerem depósitos a prazo com rentabilidades superiores aos Certificados de Aforro.

No final deste tempo, existe sempre a possibilidade de regressar para os certificados de aforro, no caso dos bancos decidirem não prolongar estas ofertas.

No entanto, vale dizer, e como visto, que a maior parte dos bancos com estas opções de elevadas rentabilidades, são em muitos casos em contas promocionais para novos clientes, novos montantes, em pequenos bancos ou em bancos com maior necessidade de liquidez.

As atuais taxas de depósitos distanciam-se da realidade dos grandes bancos nacionais. Exige-se mais do que um pequeno esforço por parte da banca; é uma questão de responsabilidade social perante os contribuintes que a apoiaram em momentos difíceis. A falta de reflexo da subida das taxas de referência nos depósitos, ao contrário dos créditos, revela certa imoralidade. Importa recordar que a média das taxas de depósito em Portugal é das mais baixas na zona euro.

Assim, e voltando aos Certificados de Aforro, em particular à série F, pode subscrever. Porque continuam a proporcionar um rendimento superior à maior parte dos bancos em 2025.

É ainda importante referir que a rentabilidade dos certificados de aforro segue a taxa Euribor a 3 meses, pelo que enquanto esta se mantiver alta, os subscritores vão continuar a obter a lucratividade máxima nos certificados. Segundo o Doutor Finanças, a rentabilidade deve-se manter nos máximos pelo menos até ao final de 2024.

Enquanto as rentabilidades dos Certificados de Aforro podem ser quase fixas, temos alguns Depósitos a Prazo em 2025 que pagam superior, embora cada vez menos.

Quem pode subscrever, com quanto e onde?

Tal como na série anterior, apenas pessoas singulares podem ser titulares. Não é permitida a nomeação de um movimentador. Cada pessoa singular só pode ser titular de uma Conta Aforro, e a cada conta está associado um IBAN.

Estabelecendo um valor nominal de 1 euro e um montante mínimo de subscrição de 10 unidades, a Portaria determina ainda que o mínimo de Certificados por Conta Aforro é de 100 unidades, com um máximo de 50 mil unidades. Adicionalmente, a Portaria define um máximo de Certificados da série F acumulado com Certificados da série E por Conta Aforro de 250 mil unidades, ou seja, 250 mil euros.

A subscrição dos Certificados de Aforro da série F pode ser realizada através do AforroNet (aforronet.igcp.pt), nas lojas dos CTT – Correios de Portugal, e na rede de Espaços Cidadão da AMA – Agência.

Adicionalmente, os Certificados de Aforro passam a poder ser subscritos nas redes físicas ou digitais de qualquer instituição financeira ou de pagamentos inscrita no Banco de Portugal e indicada para o efeito pelo IGCP.

Num breve comentário, e após a nossa análise dos Certificados de Aforro disponíveis no ActivoBank, os oferecidos pelo estado acabam por ter maior ou igual rendimento a partir do 2º ano.

Avisamos que nada neste artigo é aconselhamento financeira. Aqui apenas partilhamos um estudo próprio, que te poderá ajudar a guiar no sentido de decisão. No entanto, acreditamos que é sempre essencial cada um fazer o seu próprio estudo, ou procurar ajuda especializada.

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