Finfluencers são maus para a Literacia Financeira?
Nos últimos anos, os Finfluencers têm ganho cada vez mais destaque, ajudando muitas pessoas a darem os primeiros passos no mundo dos investimentos. No entanto, a sua influência também tem gerado debate: serão uma força positiva para a literacia financeira, ou estarão a induzir muitos investidores inexperientes em erro?
Neste artigo, partilho a minha perspetiva sobre este tema, baseada na minha própria experiência. Será que os Finfluencers realmente ajudam ou acabam por prejudicar quem procura aprender mais sobre finanças? Vamos explorar os dois lados da questão.
A minha abordagem
Ainda que não me considere um Finfluencer, nem tenha esse objetivo, criei este blog para partilhar a minha jornada em direção à Liberdade Financeira. Mais do que destacar apenas os sucessos, quero também partilhar dificuldades e desafios ao longo do caminho.
Os Finfluencers são maus?
Não. Graças a eles, milhares de portugueses começaram a investir com o objetivo de garantir uma reforma mais estável. Muitos partilham conteúdo genérico? Sim, mas isso é natural, pois o foco é dar as bases para que cada um possa tomar decisões informadas.
Porque estou a falar deste tema?
Nos principais sites de notícias e em fóruns como o Reddit, vejo várias críticas aos Finfluencers. No entanto, discordo da maioria. Eles ajudam a criar uma base de conhecimento e incentivam as pessoas a estudar mais antes de tomar decisões financeiras. Em termos de marketing, “criam a necessidade”.
O importante é não confiar apenas numa fonte, mas procurar diferentes perspetivas e, quando necessário, consultar especialistas.
A minha experiência
Foi graças aos Finfluencers que comecei a investir. Eles deram-me as primeiras luzes, mas depois fui pesquisar por mim. Hoje, o meu principal investimento é no Invesco FTSE All-World, um ativo que raramente vejo referenciado por Finfluencers portugueses.
Isto demonstra que aprendi as bases com eles, mas tomei as minhas próprias decisões.
Se olharmos para criadores de conteúdo como Workhaolic, João Zoio, Fábio Roque, entre outros, percebemos que transmitem conhecimento e, muitas vezes, acrescentam algo ao que já sabíamos.
Existem abusos na falta de Literacia Financeira?
Sim, há sempre quem prometa lucros rápidos e fáceis. No entanto, não devemos tratar todos os Finfluencers como um grupo homogéneo. Estes casos isolados fazem com que entidades como a CMVM fiscalizem ainda mais este tipo de conteúdo, o que por vezes resulta em regulações excessivas.
Infelizmente, “por uns, pagam todos”, o que pode não ser justo, mas ajuda a separar quem fornece informação de valor de quem só quer vender promessas.
Qual o papel da CMVM nisto tudo?
Apesar das críticas, há boas notícias. A CMVM passou a reconhecer a existência dos Finfluencers, o que demonstra que lhes atribui algum valor. O principal problema reside nos conflitos de interesse, mas isso é algo que existe em qualquer setor, seja regulado ou não. E isto está diretamente relacionado com a ética de cada.
Vamos a um exemplo recente.
Vamos olhar para o caso do primeiro-ministro Luís Montenegro, cuja a empresa que fundou (e que já não tem no seu nome) presta serviços a uma das maiores casas de apostas em Portugal, que deixa pessoas com enormes dívidas, e onde eu próprio conheço casos. Ainda que não haja indícios de crime, é uma situação eticamente questionável. E o ponto que se coloca é, se nem ao mais alto nível do governo há transparência e ética total, por que motivo os cidadãos comuns seriam diferentes?
A minha opinião
Regulação é necessária para quem abusa da falta de literacia financeira, mas isso não significa que os Finfluencers num geral sejam um problema.
Se não fazem promessas infundadas, alertam para riscos e tentam criar conteúdo informativo, então para mim continuam a ser fundamentais. Continuarei a segui-los, pois acrescentam valor e ajudam-me a tomar decisões mais fundamentadas.
Por fim, reforço que não dou certezas sobre investimentos, nem faço recomendações financeiras.
No máximo, partilho a minha opinião, mas cabe a cada um reunir informação e tomar decisões informadas com base no seu próprio estudo.
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